sexta-feira, 13 de julho de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
tem o pescoço curvado e quase imóvel. o homem levantou-se e só então reparei que era ele e a bengala. uma bengala é uma parte bonita do corpo. ele falou muito. mais do que prometeu. quem fala assim não merece estar calado. tem que falar porque os outros têm que ouvir. mexia apenas os olhos para cima e para o lado. quando digo para o lado, tanto faz. eu ouvi atento e o talento, o talento vale tão pouco quando posto ao lado de quem sabe.
terça-feira, 3 de julho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
sábado, 23 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
na volta a casa lembrei-me que as panelas ficaram ao lume e eu podia não chegar a tempo. é certo que as calças no cabide não se lhes mostram engelhas. o que eu gosto do clarinete não descubro nos livros, mas, não repito, ocorre. e eu podia não chegar a tempo. os homens integralmente de preto, não. volte-se a cor. ver-me aos uis que nem ais dá-me vontade de apertar os atacadores e, ainda assim, correr o risco de não chegar a tempo. coisas bonitas. mais coisas bonitas. menos coisas, mais bonitas. podia não ter chegado a tempo.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
são cerca de trinta. atentos, focados, ligados à minha mão direita. diz-se tempo quando é clima e horas quando é tempo. podia ser a esquerda. não importa. basta uma. uma ou outra vez ainda fico vadio, vário como o tempo. as cargas de tensão disparam e a ansiedade desorienta a respiração. a mão ou o gesto não despoleta porque não se trata de impedir, antes explodir. a magia. bem, a magia. vou repetir: a magia. sabe-me bem a magia. a magia é fundir, unir, colar, misturar, juntar, entrelaçar, encaixar. separar é destroçar, destruir. os ingleses são bons a criar palavras que substituem frases inteiras: 'match'. a mão, um gesto e tanta gente para casar duas melodias que querem fazer amor uma com a outra.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
sábado, 9 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
quinta-feira, 7 de junho de 2012
quarta-feira, 6 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
cem publicações depois, o que se pode ler aqui é um tratado. ou mais do que um tratado. porventura, um mal tratado. ou um tratante. pendurado numa estante. arrumado a um canto, desarrumado do seu sítio. todas as mulheres que me desejam escolheram outro com quem deitar. cem delas depois, quantos de mim serei pois?
domingo, 3 de junho de 2012
sábado, 2 de junho de 2012
assim que tentei abrir a porta, fechada à chave, uma menina atenta tratou, imediatamente, de chamar o rapaz da chave, que acedeu com prontidão. lá dentro, respirava-se melhor, ainda com cautela. o Gonçalo diz que, uma vez em queda, a única saída é manter a calma. ocorre-me de manhã que, não se sendo nada, há uma grande felicidade em poder vir a ser-se alguma coisa.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
terça-feira, 6 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
o pires do café caiu no chão e não partiu. fiquei com a chávena na mão ao longo da conversa e esqueci o pires pousado no recanto da grade. o café era curto, coisa que não aprecio. a esplanada está consumida do sol e o café curto parece-me sempre uma colher de xarope. invariavelmente, há cartas atiradas para cima de uma mesa de plástico que pode muito bem voar com o vento agreste. lembrei-me dos sapatos que não usava, faz tempo. calcei-os.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
sábado, 4 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
as coisas não começam, apenas. as coisas começam por acabar. quando começam, as coisas começam a acabar. e vão acabando, depois de começar. começar só existe quando se começa. depois de começar, o que há é o acabar. enquanto acabam, as coisas ainda existem. até não haver mais nada para acabar. e aí, quando já não há mais nada para acabar, o que começou por acabar, deixa de existir.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
Estacionei e apercebi-me dele pelo retrovisor. Pediu a moedinha da praxe. Acedi como de costume. O teatro começou antes de eu ter entrado. Ali mesmo na rua. Não percebi o texto mas o homem desenrascava-se bem na sua própria confusão. Cheguei em cima da hora e ouvi as pancadas na bilheteira, ainda a tempo de um inesperado "bom desconto" para "um lugar de excelência". Confirmado e agradecido. No fim, a cinematografia que verte do teatro é nele ver projectado o filme da minha vida.
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