sábado, 30 de junho de 2012

quinta-feira, 28 de junho de 2012

simples a surpreender. de ser capaz o diafragma. liberto é outra coisa. sempre dá para perceber.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

estava uma chuva miudinha e eu acabadinho de comer. o carro quentinho e uma música baixinha. quinze minutinhos de puro prazer.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

o terreno cede ou é firme. a boca arde ou tem sede. talvez tenha chegado o verão. há razões para crer. há calores para querer.

sábado, 23 de junho de 2012

ele diz 'a minha mulher'. não é o único. seja como for, impressiona-me a beleza da expressão. não é que ele tenha o que ama. é ter a sorte de amar o que se tem.

sábado, 16 de junho de 2012

vamos lá ver, um tipo levanta-se de manhã para dar lições de vida a tipos mais velhos, tipos com mais vida desperdiçada. um tipo a passa a tarde a desinfetar-se das lições que só servem aos outros. à noite, um tipo decide oferecer ajuda a quem precisa. que caralho! a vida pode ser tão simples.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

quinta-feira, 14 de junho de 2012

na volta a casa lembrei-me que as panelas ficaram ao lume e eu podia não chegar a tempo. é certo que as calças no cabide não se lhes mostram engelhas. o que eu gosto do clarinete não descubro nos livros, mas, não repito, ocorre. e eu podia não chegar a tempo. os homens integralmente de preto, não. volte-se a cor. ver-me aos uis que nem ais dá-me vontade de apertar os atacadores e, ainda assim, correr o risco de não chegar a tempo. coisas bonitas. mais coisas bonitas. menos coisas, mais bonitas. podia não ter chegado a tempo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

detesto que cheguem antes da hora. há gente que se orgulha de chegar sempre com antecedência. não acho piada. não estou capaz de discutir, seja qual for o assunto, antes do período combinado.

terça-feira, 12 de junho de 2012

são cerca de trinta. atentos, focados, ligados à minha mão direita. diz-se tempo quando é clima e horas quando é tempo. podia ser a esquerda. não importa. basta uma. uma ou outra vez ainda fico vadio, vário como o tempo. as cargas de tensão disparam e a ansiedade desorienta a respiração. a mão ou o gesto não despoleta porque não se trata de impedir, antes explodir. a magia. bem, a magia. vou repetir: a magia. sabe-me bem a magia. a magia é fundir, unir, colar, misturar, juntar, entrelaçar, encaixar. separar é destroçar, destruir. os ingleses são bons a criar palavras que substituem frases inteiras: 'match'. a mão, um gesto e tanta gente para casar duas melodias que querem fazer amor uma com a outra.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

pareces tão distante quando estás perto e tão minha quando estou longe.

domingo, 10 de junho de 2012

sábado, 9 de junho de 2012

em fúria. graças a Deus. a fúria é uma graça e não me estorva nada que seja de Deus. ou, de enfiada, de Deus e do Diabo. posso começar por diga-se, refira-se ou note-se, mas vou optar por punheta-se, porque é quando um homem quiser. em fúria, é isso e muito mais.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

de repente. gosto da expressão. de repente acontece-me muito. podia escrever um texto só com de repentes.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

causa-me impressão. é impressão minha ou é a impressão dela que me impressiona. mais tarde, agora, por exemplo, ficarmos sós. não dava nada por ele. e agora dás ou adiamos o amor para depois?

quarta-feira, 6 de junho de 2012

desafio. o desafio. eu desafio. um desafio. não desafio. qual desafio? quem desafio? então, quem vier por bem, leva agora a mal! quem por bem afina, por mal que venha, desfruta do prazer duma cantiga ao desafio.

terça-feira, 5 de junho de 2012

cem publicações depois, o que se pode ler aqui é um tratado. ou mais do que um tratado. porventura, um mal tratado. ou um tratante. pendurado numa estante. arrumado a um canto, desarrumado do seu sítio. todas as mulheres que me desejam escolheram outro com quem deitar. cem delas depois, quantos de mim serei pois?

domingo, 3 de junho de 2012

a frustração é uma coisa chata, não convém dar-lhe muita importância. com jeitinho, um gajo vive bem sem ela.

sábado, 2 de junho de 2012

assim que tentei abrir a porta, fechada à chave, uma menina atenta tratou, imediatamente, de chamar o rapaz da chave, que acedeu com prontidão. lá dentro, respirava-se melhor, ainda com cautela. o Gonçalo diz que, uma vez em queda, a única saída é manter a calma. ocorre-me de manhã que, não se sendo nada, há uma grande felicidade em poder vir a ser-se alguma coisa.