terça-feira, 15 de fevereiro de 2011



estava hoje com um chapéu cinzento, talvez devido à chuva do dia. os dentes agora tão poucos evidenciam-se entre os lábios finos rodeados de uma barba grisalha rarefeita. o homem velho puxou da carteira e mostou-me a foto feita calendário. com um orgulho tremendo de quem já contou aquela história centenas de vezes e se mostra entusiasmado em repeti-la uma vez vez mais. estava atrasado mas permaneci. quando uma pessoa velha se dispõe a contar-me histórias eu páro sempre para a ouvir. não me interessam as futilidades dos novos. quero as que os velhos guardam religiosamente na memória cada vez menos disponível para armazenamentos insignificantes. ouvi da boca do próprio, as histórias que fazem a história da música do Porto. ouviria tudo de novo, com o maior prazer, ainda que as sucessões talvez já não fossem as mesmas. pararei mais vezes junto aos velhos, assim me queiram contar as histórias que guardam.



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