quarta-feira, 16 de março de 2011


pegou no lenço e amarrou-o em volta da cabeça duma forma provinciana. dançou depois. a saia curtíssima da mesa ao lado surpreendeu-me. o rosto pouco simpático e a vontade de ser tão competente agrava-se. desconfio sempre de gente com muita vontade de ser competente. sou o primeiro a desconfiar de mim próprio. e a ternura onde? tinha na mão uma fatia de pizza que comprei em promoção e na mesa da frente junto ao pilar estava sentada com ar de miúda devia ser da bandolete e um olhar não sei se incomodado talvez interrogado. a camisola descaída não cobria o ombro onde se acomodava a alça do soutien à vista desarmada. e o carinho? podia ter uma casca de banana seca no bolso das calças ou ter ouvido sermões na idade da pedra ter um réptil no colo ou podia tocar uma punheta atrás do maciço central. e daí? faz-me lembrar aquele poema que fala do que importa. não sei se o poema importa. por caminhos errados não há expectativas goradas há gente que se aparente não há quem se apresente.



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